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Descoberta de sambaqui no Galeão traz novos elementos para compreensão da pré-história carioca .





Primeiros habitantes do litoral entraram em conflito com índios tupis, o que levou a sua extinção

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Esqueleto em sítio arqueológico de Tarioba, em Rio das Ostras, é utilizado para compreensão sobre como viveram os primeiros habitantes do litoral brasileiro - Fernando Frazão
RIO - Muito antes até mesmo de os índios tupis chegarem, o litoral fluminense era
povoado por comunidades que modificaram a paisagem carioca até então pouco tocada. A descoberta de um sambaqui, sítio arqueológico formado por conchas, pedaços de madeira e mariscos, em um terreno no Aeroporto Internacional Tom Jobim/Galeão que está em obras de expansão, trouxe novos elementos para a compreensão da pré-história da região.
No Brasil, existem cerca de 950 registros de sambaquis de diferentes tamanhos. O encontrado nesta semana, a cerca de quatro metros de profundidade, datava de 4 mil anos e tinha 40 centímetros de largura por cerca de quatro metros de extensão. Porém, os tamanhos variam de acordo com a região. Em Santa Catarina, por exemplo, já foram encontrados alguns sambaquis com até 70 metros de altura, o que seria quase o dobro da altura Cristo Redentor, que mede 36 metros. Em geral, a altura média varia de quatro a oito metros.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/sociedade/historia/descoberta-de-sambaqui-no-galeao-traz-novos-elementos-para-compreensao-da-pre-historia-carioca-15659809#ixzz3V1luT6Y3
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Os primeiros registros apontam que essas construções foram feitas há mais de 9 mil anos e evidenciam que o sambaquieiros, os construtores dos sambaquis, constituíam uma sociedade complexa para a época.
— Os sambaquis eram feitos por estas comunidades e demonstram que elas também possuíam ritos para os mortos. Enquanto nós enterramos, ou seja, colocamos na terra os nossos mortos, eles criavam essas elevações onde os corpos eram colocados como uma forma para elevá-los — afirma a pesquisadora Maria Dulce Gaspar, do Museu Nacional/UFRJ, responsável pela pesquisa no Galeão.
O local, portanto, é uma evidência da religiosidade entre os povos pré-históricos que habitaram solos cariocas e brasileiros.
— Era o local de memória dos mortos, o que evidencia uma relação de divindade que estas comunidades possuíam. Era um ritual extremamente sofisticado — conta Maria Dulce.

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A junção de conchas e outros materiais no terreno do aeroporto no Rio - DHANI ACCIOLY BORGES/DIVULGAÇÃO
— Existia uma preocupação em cuidar do corpo. Em vê-lo preservado. Como esta percepção ocorreu, é uma dúvida. Porém, para nós, é surpreendente encontrar um esqueleto inteiro de 6 mil anos — afirma Luiz Souza, arqueólogo da Universidade Federal da Paraíba(UFPB).
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O local, portanto, é uma evidência da religiosidade entre os povos pré-históricos que habitaram solos cariocas e brasileiros.
— Era o local de memória dos mortos, o que evidencia uma relação de divindade que estas comunidades possuíam. Era um ritual extremamente sofisticado — conta Maria Dulce.
CORPOS ACABARAM PRESERVADOS
As elevações eram formadas por camadas compostas de diferentes materiais. Quanto mais resistentes, mais utilizados eram. Por este motivo, as conchas acabaram sendo usadas sistematicamente e, por serem formadas de cal, os corpos foram preservados nos sambaquis. Devido a esta preservação natural é possível compreender como os sambaquieiros viveram, que alimentos consumiam e outros traços fisiológicos analisando as ossadas encontradas, apesar da passagem de milhares de anos.

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No sítio arqueológico de Jabut


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No sítio arqueológico de Jabuticabeira II, em Santa Catarina, foram encontrados 42 mil esqueletos. Estudos apontam que esta comunidade permaneceu na região por 900 anos, o dobro de tempo da fundação da cidade do Rio, comemorada este ano.
— O senso comum sugere que o Brasil foi inventado pelos portugueses. Somos profundamente devedores aos nossos nativos. Eles viveram em nossas costas durante muito mais tempo do que qualquer outro povo. É nossa obrigação investigar como eles viviam — afirma Maria Dulce.
A própria localização dessas comunidades já é uma pista para entender como era a vida dos cariocas pré-históricos. Os sambaquieiros escolhiam regiões onde pudessem encontrar peixe em abundância. Locais com mares, rios, mangues e florestas próximos eram seus preferidos.

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A grande base de subsistência dos sambaquieiros era a pesca. Por meio das ossadas, vemos que existiram comunidades que ficaram em locais durante cem, 200, até 900 anos. Obter comida era uma necessidade diária. Não havia como caçar ou pescar e armazenar. Mas também já foi possível apurar que eles tinham manejo com vegetais — afirma Maria Dulce.
A EXTINÇÃO DOS POVOS PELOS TUPIS
A longa permanência dos sambaquieiros foi interrompida com a chegada de um inimigo vindo de longe. Os tupis, indígenas oriundos da Amazônia, avançaram por quase toda a extensão do território brasileiro e, ao chegar ao litoral, empreenderam uma guerra contra os povos locais.
— Os tupis tiveram um processo de expansão muito forte. Eram movidos pela guerra, tinham a lógica da incorporação do outro e exerciam o canibalismo. Daí, era natural que os tupis invadissem o território dos sambaquis. Alguns sambaquieiros morreram
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nestes conflitos. Os que conseguiram sobreviver acabaram não conseguindo ressurgir como comunidade — conta Maria.
O próprio nome sambaqui é de origem tupi: tabã significa conchas e ki, amontoado.
As comunidades acabaram destruídas, mas não foram os tupis que arrasaram a maior parte das elevações construídas pelos sambaquieiros durante milhares de anos.

— Os sambaquis despertaram interesse dos europeus logo que estes pisaram no Brasil. Sua estrutura causava curiosidade, mas a grande quantidade de conchas gerou interesse nos portugueses, que viram ali um material fundamental para empreender diversas construções — conta Luiz.
Por este motivo, é raro encontrar sambaquis em grandes centros urbanos, como o do Galeão.
— Apesar de não termos achado um esqueleto humano nele, é muito importante o estudarmos, porque eles são os testemunhos dos primeiros habitantes da costa do Rio — diz Maria.

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