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Piloto tentou pousar três vezes antes do acidente


Orientação é para os profissionais arremeterem em caso de perigo
Publicado no Jornal OTEMPO em 31/07/2012
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DANIEL LEITE
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FOTO: ANGELO PETTINATI -28.7.2012
Tragédia. Acidente deixou oito mortos, entre eles dois altos executivos da Vilma Alimentos
O piloto do avião que caiu em Juiz de Fora no último sábado, Jair Barbosa, tentou pousar no aeroporto por três vezes antes da queda que deixou oito mortos. A informação teria partido da torre de comando do aeroporto, segundo pilotos ouvidos pela reportagem. Ninguém no terminal da cidade foi encontrado para confirmar a informação.

Segundo os relatos, Barbosa voava mais baixo que o recomendado pela Agência Nacional de Aviação (Anac) por causa das tentativas - o órgão recomenda uma altitude mínima de 182 m, mas Barbosa voava a 30 m. A baixa altitude é uma das hipóteses para a queda. "Ele passava pelo aeroporto, voltava e descia de novo", disse um piloto.

O que todos os profissionais estranharam foi a insistência do piloto em pousar em Juiz de Fora. Segundo eles, depois da primeira tentativa sem sucesso, o avião deveria ter seguido para um aeroporto próximo.

"A última tentativa extrapolou todas as regras de segurança", afirmou um dono de avião de Belo Horizonte, com mais de 20 anos de experiência. Segundo ele, ao notar que o tempo estava fechado, com forte neblina, o responsável pelo voo deveria ter desviado, por exemplo, para o aeroporto de Goianá, próximo a Juiz de Fora. "Ele deveria ter desistido de tentar pousar e não forçar a barra", completou.
Regra. Repetidas tentativas costumam interferir negativamente no trabalho de pouso, explicou o presidente da Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves, George William Araripe. "Quando não dá na primeira vez, na segunda já fica complicado. O emocional do piloto sai do padrão", afirmou. "Em caso de dúvida, arremeta. Essa é a regra".

Com a maior ocorrência de acidentes, a orientação para arremeter em casos de perigo no pouso tem sido, inclusive, repassada aos alunos de aviação da capital.
DECISÃO
Pressão de patrões e vaidade influenciam
Profissionais da aviação se dividem quando falam do relacionamento entre pilotos e donos dos aviões. Alguns dizem que a pressão pelo pouso parte dos chefes, forçando os profissionais a pousarem mesmo quando eles se recusam, e outros afirmam que a vaidade dos pilotos é o problema.

"Muitos falam que compraram o avião, precisam chegar e não querem voltar", disse um piloto. Em uma viagem a Juiz de Fora, por exemplo, o gasto é de R$ 1.200 só com combustível. Um colega discorda. "Muito piloto novo quer mostrar que é o bonzão".
Investigação. A Polícia Civil de Juiz de Fora abriu inquérito para apurar as causas do acidente. O trabalho deve durar 30 dias.

A caixa-preta chegou ontem a Brasília. Além das conversas dos pilotos com a torre e os passageiros, a Aeronáutica vai investigar a documentação e a manutenção do avião e os fatores climáticos. O processo é sigiloso e sem prazo definido.

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